segunda-feira, 9 de maio de 2016

Virão em Parauapebas? Tem casa sobrando



Operação da Polícia Federal investiga fraude de cerca de R$ 220 milhões no Minha Casa Minha Vida
Esquema envolve construtoras, funcionários da Caixa, contadores e compradores de unidades no município de Teotônio Vilela, em Alagoas
Luísa Cortés, do Portal PINIweb
28/Abril/2016
 








A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (28) a Operação Cabala, que tem como objetivo a desarticulação da associação criminosa responsável por lesar a Caixa Econômica Federal por meio do programa habitacional Minha Casa Minha Vida (MCMV). Um grupo de construtoras, empregados do banco, contadores, servidores públicos e compradores das casas teriam desviado, aproximadamente, R$ 220 milhões.

Na operação, cerca de 200 policiais federais deram cumprimento a 27 mandados de busca e apreensão e 27 mandados de sequestro, com inquirição de 40 envolvidos. Estão sendo conduzidos para prestar depoimento cinco empregados da Caixa, 11 donos de construtoras e quatro contadores. A Polícia Federal não divulgou quais construtoras estão envolvidas com o esquema.

A fraude consiste na construção de quase duas mil casas no município de Teotônio Vilela, em Alagoas, e a sua venda posterior com subsídio oferecido pelo MCMV. Os donos das empresas ofereciam dinheiro para que as pessoas comprassem as casas e incluíssem a vantagem indevida no valor venal dos imóveis.

Os compradores das casas não teriam renda suficiente para conseguir o financiamento imobiliário. Eles aceitavam comprar as casas pela vantagem financeira (valores entre R$ 1 mil a R$ 3 mil). Um conjunto residencial inteiro foi depredado pelos compradores devido ao não pagamento dessa quantia pelos construtores.

As investigações também mencionam indícios de que os funcionários da Caixa tenham liberado financiamentos imobiliários após o recebimento de dinheiro indevido, já que alguns dos compradores não preenchem os requisitos para a aquisição. Os contadores, por sua vez, teriam produzido Declarações de Comprovantes de Renda (DECORE) falsos, a pedido dos construtores. O objetivo era burlar as exigências da Caixa, e conseguir a liberação dos financiamentos.

Agora, a PF deve ouvir os funcionários da prefeitura de Teotônio Vilela e responsáveis pela concessão das licenças de construção e do "habite-se". Além disso, serão ouvidos engenheiros responsáveis pela avaliação dos imóveis.

Os crimes pelos quais os investigados podem responder são quadrilha, falsidade ideológica, uso de documento falso, corrupção ativa, corrupção passiva e estelionato qualificado. Alguns veículos dos envolvidos foram apreendidos, e mais tarde, alienados, a fim de amenizar o prejuízo sofrido pela Caixa.

À imprensa, a Caixa declarou:
"Com relação à operação 'Cabala' deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (28), a CAIXA informa que a fraude foi identificada pelo próprio banco por meio de mecanismos de controle interno.
A CAIXA encaminhou notícia-crime à Policia Federal para apuração da ação e submeteu os empregados envolvidos a processo de apuração interna, que já resultou em demissões e suspensões.
O banco ressalta ainda que continua contribuindo integralmente para investigações dos órgãos competentes".
 

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