Eleição
de Bolsonaro cria expectativa por aceleração de reformas
Entidades empresariais cobram ainda
desburocratização e crédito barato
Publicado
em 29/10/2018 - 17:08
Por Marli
Moreira - Repórter da Agência Brasil São Paulo
O antigo clamor da classe
empresarial de que o país precisa passar por reformas estruturais para retomar
o crescimento econômico foi a tônica das manifestações das lideranças empresariais
em torno da vitória de Jair Bolsonaro para presidência da República. A
Confederação Nacional da Indústria (CNI) ainda destacou a necessidade de
diálogo com o Legislativo e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas
(CNDL), a redução da burocracia.
“Tenho a certeza de que, com a
aceleração das reformas econômicas e institucionais, como a da Previdência e a
tributária, o país se fortalecerá e construirá, nos próximos quatro anos, uma
economia mais produtiva, inovadora e integrada ao mercado internacional”, disse
por meio de comunicado, o presidente da Confederação Nacional da Indústria
(CNI), Robson Braga de Andrade.
A aposta do setor, conforme
revelou o líder empresarial, é que Bolsonaro possa formar uma base de apoio no
Legislativo para a aprovação dessas medidas consideras por eles essenciais para
o avanço da economia. “É imprescindível que os eleitos – o presidente da
República, os governadores e os parlamentares – tenham liderança, ação e
capacidade de negociação”, afirmou o presidente da CNI.
Já a Confederação Nacional de
Dirigentes Lojistas (CNDL), as Federações das Câmaras de Dirigentes Lojistas
(FCDLs), as Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLs), a CDL Jovem e o SPC Brasil
(Serviço de Proteção ao Crédito) aproveitaram o momento para pleitear ações que
melhorem as atividades do comércio.
Em nota assinada pelo presidente
da CNDL, José César da Costa, o setor destacou que “é preciso, urgentemente,
reduzir a burocracia e simplificar os processos que envolvem abertura,
funcionamento e inovação das empresas. Além do mais, é fundamental avançar no
desenvolvimento de políticas relacionadas à segurança pública, à infraestrutura
e ao acesso a crédito privilegiando os empreendedores e, consequentemente, toda
a sociedade brasileira”.
De uma forma geral, o mercado reagiu com otimismo
à vitória de Bolsonaro, segundo especialistas. Já a agência de classificação de
risco Moody’s cobrou mais clareza na agenda econômica do eleito para garantir mais confiança entre os
investidores.
Reformas
A exemplo de outros segmentos da
área produtiva, a CNI defendeu ainda o controle rigoroso nos gastos públicos, a
eliminação do déficit público e a consequente redução da dívida pública. Além
disso, na avaliação do líder empresarial, a economia do país só voltar a
crescer de forma sustentada se houver segurança jurídica, entre outras medidas,
como a ampliação dos investimentos em infraestrutura.
“O novo governo precisa
encaminhar uma reforma tributária que simplifique o sistema, desonere os
investimentos e as exportações, eliminando as distorções e a cumulatividade de
impostos, bem como buscando a unificação dos tributos por meio da criação do
Imposto sobre Valor Agregado (IVA)”, sugeriu Andrade. Ele também manifestou a
expectativa de que sejam adotadas ações para facilitar a baratear o crédito.
Indústria gráfica
Em nota, a seção paulista da
Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abrigraf-SP) pediu “clareza na
definição das prioridades e diretrizes da política econômica do novo governo”,
além de redução da burocracia e diminuição de gastos públicos. Nesse comunicado
a entidade também pede pressa nas mudanças pleiteadas.
“Acreditamos que Jair Bolsonaro
será fundamental na manutenção dos valores democráticos e dos direitos e
liberdades individuais de todos os brasileiros. Ressaltamos, porém, a urgência
na promoção de ajustes fiscais, redução da interferência e do tamanho do Estado
e a continuidade das reformas necessárias para o país, como a previdenciária,
tributária e política”, disse por meio de nota
FecomercioSP
A necessidade de reformas também
foi defendida pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado
de São Paulo (FecomercioSP). “O mercado e o setor produtivo esperam um novo
governo que coloque de forma clara as medidas prioritárias e suas diretrizes
sobre a política econômica. Além de promover ajustes fiscais, reduzir seu grau
de interferência, possibilitar as reformas nas áreas tributária, previdenciária
e nos gastos públicos e diminuir a burocracia, estimulando o ambiente de negócios”,
diz a nota da entidade.
Para a Fecomercio, a “Reforma do
Estado brasileiro precisa ser iniciada imediatamente”. Quanto à reforma da
Previdência Social, a entidade justificou que ela “precisa ser implementada,
garantindo o equilíbrio do sistema para as gerações presentes e futuras”. Já em
relação à reforma tributária, os empresários do setor demonstraram temor de que
seja criado um novo imposto e lembrou que a sociedade brasileira “já arca com
uma das maiores cargas tributárias do mundo”.
Saiba mais
- Moody’s diz que presidente eleito deve criar mais confiança no mercado
- Mercado reage com otimismo a resultado das eleições, dizem economistas
- Provável ministro da Fazenda diz que segurança jurídica é prioridade
Edição: Davi
Oliveira
Tags: eleições2018 vitória de Bolsonaro Jair Bolsonaro governo Bolsonaro entidades empresariais expectativa dos empresários aceleração das reformas
Nenhum comentário:
Postar um comentário