Isaac
Guerreiro isaac.guerreiro@portalamazonia.com
15/07/2016
| 14h17 Atualizado em 15/07/2016 16:49:06
Como as
cooperativas podem melhor a economia da Amazônia?
Região
tem mais de 230 mil cooperados. Modelos de cooperativismo demonstram melhoria
no desenvolvimento econômico
Cooperativas fazem colheira de soja em Roraima.
Foto: Divulgação/Governo de Roraima
MANAUS - Uma em cada sete pessoas no mundo é associada a
uma cooperativa. Os dados são da Aliança Cooperativa
Internacional, órgão internacional que representa o movimento cooperativista.
Na Amazônia, existem mais de 230 mil cooperados que adotaram
o modelo socioeconômico capaz de gerar desenvolvimento na região.
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior (MDIC) apontam que o segmento cooperativista exportou, em
2014, US$ 5,2 bilhões, alcançando superávit na balança comercial no valor de
US$ 4,8 bilhões, a partir de relações comerciais junto a 143 países. Além de
produtos agropecuários, as cooperativas contaram também com a participação nos
setores de minério, calçados, transporte e turismo. A definição
é da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
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As cooperativas da Amazônia geram mais de 12 mil
empregos diretos e foi uma das regiões que mais cresceu no Brasil.
Entre 2011 e 2015 a região registrou mais de 35 mil cooperados,
um crescimento de 22%. Entretanto, o número é relativamente menor que
no Sul e Sudeste ,onde ultrapassa a marca de 5 milhões de cooperados.
As cooperativas da Amazônia são predominantemente
agrícolas e de crédito. Em Roraima, a área de transportes de pessoas e cargas é
essencial para as relações comerciais do Estado. De acordo com a OCB
Roraima, apenas
uma das cooperativas de transporte de cargas do Estado teve um saldo de R$ 21
milhões em 2015.
Benefícios do cooperativismo
De acordo com a superintendente do Sindicato e
Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Roraima, Jucelia
Rodrigues, a Amazônia tem muito potencial, mas ainda é preciso criar uma
cultura. "O cooperatismo é fonte de renda e um campo muito fértil a ser
explorado, entretanto é necessário que o produtor crie uma cultura e
possa visualizar o cooperativismo como ferramenta de
desenvolvimento", informou ao Portal Amazônia. Um dos exemplos
de consolidação no mercado, é a Cooperativa dos Cinco Polos. A associação nasceu de um
projeto de assentamento da reforma agrária e, com dez anos de existência,
já tem mais de mil famílias envolvidas.
O pesquisador e professor da Universidade Federal
de Roraima, Emerson Clayton Arantes, aponta que a cooperativa de
Roraima tem grande evolução. "Acredito que seja preciso cada vez
investir em informação porque cooperativas precisam de uma gestão muito bem
atualizada. É um momento muito fértil para o cooperativismo na região",
disse Arantes.
Arantes explica que o cooperativismo foi
crucial para o desempenho econômico da região. "Graças à ele um grupo
de pessoas que antes tinham problemas na produção e venda de produtos
isolada, agora pode dividir melhor os custos e dinamizar os recursos para gerar
mais lucro e qualidade de vida", destacou.
O pesquisador na área de cooperativismo, explica
que quando você compra ou vende produtos em grande quantidade torna-se mais
fácil negociar descontos e vender por bons preços. "Esse é um dos
benefícios do cooperativismo. Além disso, o Governo oferece descontos fiscais
para produtores que atuam dentro de uma cooperativa. Entretanto, o maior
benefício é o social. Um dos pilares da atividade é ser um modelo voltado para
as pessoas", elencou.
Diante do cenário atuante do cooperativismo e para
ajudar na gestão das associações, a Universidade Federal de Roraima
oferece um MBA de Gestão
de Cooperativas que
atende vários integrantes de cooperativas do Estado.
A superintendente, Jucelia Rodrigues, acredita que
a Amazônia vive um período de desenvolvimento para o setor. “A regiãoé muito
fér til e o cooperativismo é uma ferramenta que traz aumento na produção e bem
estar social. Quanto mais pessoas entenderem a filosofia do cooperativismo
e aplicarem na criação de projetos maior vai ser o ganho geral não só em
dinheiro, mas em qualidade de vida", finaliza.
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