Conheça 7 mitos
e verdades sobre o drywall
Embora sejam cada
vez mais utilizados em paredes e forros, painéis de gesso acartonado ainda
despertam muitas dúvidas. Esclareça algumas delas a seguir
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Texto: Juliana Nakamura
O drywall deve ser
utilizado apenas para vedação de ambientes internos (Foto: Zhakar Mar/
Shutterstock)
Indicados para a construção de
paredes e forros, os sistemas de drywall podem ser utilizados em aplicações variadas, de residências a salas de
cinema, passando por escritórios e espaços comerciais.
Velocidade de execução, precisão
geométrica, redução de desperdícios e a possibilidade de modular o desempenho
acústico conforme a exigência do projeto são motivos que tornam essa tecnologia
uma ótima opção.
Embora seja utilizado no Brasil pelo
menos desde os anos 1990, o drywall ainda é
cercado de mitos e desconhecimentos. A seguir, você pode conferir os
questionamentos mais comuns, com respostas bastante objetivas.
1 – O
drywall é resistente?
A chapa de drywall
é produzida com um núcleo de gesso natural e aditivos, revestido com duas
lâminas de cartão duplex. Neste conjunto, o gesso proporciona resistência à compressão, e o cartão,
resistência à tração.
Apesar da
reduzida espessura das placas, o drywall pode
resistir a tremores, choques e vibrações. Para isso, o dimensionamento deve ser
adequado ao pé-direito da edificação, bem como às cargas às quais o sistema
estará submetido.
Um aspecto
fundamental relacionado à especificação do drywall é o
atendimento às normas técnicas de projeto e execução. Destaque para a ABNT NBR
15.758:2009 – Sistemas construtivos em chapas de gesso para drywall – Projeto e procedimentos executivos para
montagem.
2 – O
drywall pode receber cargas fixadas?
O ideal é definir previamente quais
paredes precisarão ser reforçadas e qual peso elas deverão suportar. Assim, é
possível orientar o profissional durante a execução para que ele reforce
devidamente o drywall com perfil metálico
Débora Wajman
Em
condições de execução adequada, o drywall pode receber
bancadas embutidas, equipamentos como TV e ar-condicionado tipo split, além de armários, móveis suspensos e quadros.
Segundo Carlos Roberto de Luca, gerente técnico da Associação Brasileira do
Drywall, uma recomendação importante é que as cargas não ultrapassem 60 kg/m².
“Acima
desse peso, deve ser executado um reforço na estrutura metálica com resistência
adequada à carga que será recebida. Tal reforço pode ser feito com uma placa de
madeira ou chapa metálica fixada entre dois perfis verticais de aço”, diz.
Geralmente,
os fabricantes indicam o uso de bucha de fixação específica para objetos de até
10 quilos. Para elementos com peso entre 10 e 40 quilos devem ser utilizadas
buchas fixadas nos montantes.
“O ideal é
definir previamente quais paredes precisarão ser reforçadas e qual peso elas
deverão suportar. Assim, é possível orientar o profissional durante a execução
para que ele reforce devidamente o drywall com perfil
metálico”, comenta a designer de interiores Débora Wajman.
3 – O
drywall resiste à umidade?
Para áreas úmidas, como cozinhas e
banheiros, devem ser utilizadas chapas desenvolvidas especificamente para esse
fim (placas verdes), que contêm hidrofugantes em sua fórmula. Para áreas
constantemente molhadas, como box de banheiros, a parede de drywall deverá ser impermeabilizada com mantas
asfálticas, por exemplo.
4 – O
drywall isola ruídos?
O desempenho acústico do drywall varia em função da espessura da parede, do
número de chapas de gesso e do uso de isolantes ou absorventes acústicos, como
as lãs de vidro e as lãs
de rocha. “Por causa do excelente desempenho,
os sistemas em drywall vêm sendo cada vez mais
aproveitados em aplicações críticas, como em salas de espetáculos, salas de
cinemas, home theaters e estúdios de som”, cita Luca.
Para se ter uma ideia, paredes
compostas por chapas duplas de 12,5 mm oferecem isolamento equivalente ao de
uma parede de blocos maciços com 90 mm de espessura, ou seja, cerca de 35 dB a
37 dB. Já paredes de drywall com duas chapas de cada
lado e lã mineral no interior chegam a isolar de 64 dB a 66 dB.
5 – O
drywall pode receber qualquer tipo de revestimento?
Por causa do excelente desempenho, os sistemas em
drywall vêm sendo cada vez mais aproveitados em aplicações críticas, como em
salas de espetáculos, salas de cinemas, home theaters e estúdios de som
Carlos
Roberto de Luca
Segundo os fabricantes de chapas, as
paredes em drywall podem receber acabamentos variados, como
pintura, texturas, cerâmicas, pastilhas, laminados e madeira. O importante é
que o assentamento seja executado com massa específica para garantir a
aderência do produto.
No caso da pintura, ele exige a
aplicação prévia de massa de tratamento e que juntas e pontos de aplicação dos
parafusos sejam niveladas e lixadas. Outra recomendação é a aplicação de uma
demão de fundo antes da tinta.
6 – Como o
drywall se comporta perante o fogo?
A resistência
ao fogo é uma das principais características do sistema. Isso se explica porque
o principal ingrediente das chapas, o gesso, contém em sua fórmula 20% de água
em estado cristalino. Em contato com o fogo, essa água é liberada, retardando a
ação das chamas.
Para os
casos em que o projeto exige ainda melhor desempenho perante o fogo, é possível
utilizar o drywall rosa, com fibra de vidro em sua fórmula. Tal
composição torna esse material mais indicado para áreas com risco de incêndio
ou saídas de emergência, por exemplo.
7– Em quais
casos o drywall não pode ser utilizado?
O material foi concebido para uso nas
vedações internas de qualquer tipo de edificação. Portanto, não deve ser usado
em áreas externas, expostas às intempéries. Além disso, as paredes de drywall não são estruturais, ou seja, não suportam
cargas, como ocorre com paredes de alvenaria estrutural, que podem apoiar lajes
e vigas.
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Colaboração técnica
Débora Wajman – Designer de interiores formada pelo Centro Universitário Belas Artes
de São Paulo. Trabalha com reformas residenciais e corporativas.
Carlos Roberto de Luca – Químico industrial com mestrado profissional em habitação pelo
Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT). É gerente técnico da
Associação Brasileira do Drywall