Resultado no período surpreende positivamente e indica sinais de recuperação após arrefecimento da economia
A Duratex anuncia os resultados financeiros
do segundo trimestre (2T20) do ano. Tendo em vista os impactos da pandemia da
Covid-19 na economia, os resultados obtidos superaram as expectativas iniciais.
A companhia registrou Ebitda ajustado recorrente de R$ 119,0 milhões, 44,2%
menor do que o observado no mesmo período do ano anterior. Entretanto o volume
de vendas representou 85% do que foi observado no mesmo período em 2019.
Devido a pandemia, a companhia teve que
paralisar ou reduzir a velocidade das operações em parte dos ativos fabris,
levando a uma perda na escala de produção e, consequentemente, menor diluição
de custos fixos. No segundo trimestre de 2020, a Duratex apresentou lucro
líquido negativo de R$ 23,5 milhões, ainda que a receita líquida de R$ 1.046,4
milhões seja apenas 8,6% menor do que o observado no mesmo período do ano
passado.
“No mês de abril, suspendemos
temporariamente as atividades nas unidades da Divisão Madeira, da unidade de
chuveiros elétricos da marca Hydra e da unidade de louças Deca em Queimados
(RJ), além de reduzir a capacidade produtiva das demais unidades da Divisão
Deca e de Revestimentos Cerâmicos. A reabertura das lojas de materiais de
construção e home centers – em maio -, a não interrupção da atividade de
construção civil e a agilidade na retomada da Duratex resultaram na melhora do
desempenho da companhia, que demonstrou crescimento importante no decorrer do
2º trimestre, crescimento este confirmado no mês de julho, indicando um
horizonte promissor para os próximos meses. Desde o final de junho estamos
operando muito próximos da plena capacidade”, comentou Henrique Haddad,
vice-presidente de Administração, Finanças e RI.
Duratex e a Covid-19
Desde o início da pandemia da Covid-19, a
Duratex tem tomado medidas que priorizam a segurança e saúde de seus
colaboradores e sua liquidez financeira. O Comitê de Crise, instituído em
março, formado por executivos de diversas áreas, seguiu atuando enquanto centro
de informações, gerenciamento de riscos e auxiliando na tomada de decisões.
Além das medidas de proteção à força de trabalho, alinhadas com as recomendações
das autoridades sanitárias, as iniciativas de redução de custos continuam a ser
implementadas na companhia, o que ajuda a compensar os efeitos da crise, sendo
que parte será recorrente.
– Padrão
Maya da Duratex
Na frente de Finanças, diante das
incertezas do cenário econômico, a Duratex manteve-se focada em garantir a sua
liquidez financeira. As ações da companhia na mitigação dos efeitos da crise já
são perceptíveis em alguns índices, como a redução nos níveis de estoques do
trimestre. Diante destes efeitos, o capital de giro do período foi positivo em
R$ 80,9 milhões, levando a companhia a gerar R$ 69,1 milhões de caixa, se
desconsiderados os valores relativos a projetos de expansão. No trimestre a
Duratex efetuou investimento direto de R$ 211,0 milhões no projeto de
construção da nova unidade de celulose solúvel (LD Celulose).
A Dívida Líquida da companhia encerrou o
segundo trimestre do ano em R$ 2.180,1 milhões, R$ 121,3 milhões acima do
apresentado no 1T20, o que levou a um índice de alavancagem de 2,55x, resultado
dentro da média histórica da companhia. O aumento da alavancagem deu-se
principalmente pelo investimento na nova fábrica da divisão de celulose solúvel
somado à piora no cenário econômico, que levou a uma queda relevante do EBITDA,
apesar de parcialmente compensado pela maior geração de caixa no período.
Resultados por divisões
A Divisão Madeira registrou queda no volume
vendido ao longo do trimestre, com retração em abril e recuperação ao longo de
maio, confirmada por resultado muito positivo em junho. A posição da companhia
está alinhada com o mercado brasileiro de painéis de madeira, que apresentou
retração de 21,9% em relação ao segundo trimestre do ano anterior, conforme
dados da Ibá. No entanto, a Duratex apresentou
rápida reação e, com o reaquecimento do mercado em junho – mês que registrou
crescimento de quase 20% frente a junho de 2019 – alcançou volume total em
torno de 80% do realizado no segundo trimestre de 2019.
Na Divisão Deca o volume de vendas
representou 87,9% do realizado no mesmo período do ano anterior, levando a
divisão a apresentar, em junho, margem Ebitda superior ao segundo trimestre de
2019. Dados da Abramat indicaram retração do setor em abril, com queda nas
vendas de 33,5% em relação ao ano anterior, seguido por tendência de
recuperação no nível de vendas dos materiais de construção ao longo dos meses
seguintes, com crescimento de 12% registrado em maio. A marca Hydra alcançou
recorde de vendas em chuveiros elétricos no período, refletindo a bem-sucedida
estratégia comercial da Divisão.
A Divisão de Revestimentos Cerâmicos, que opera com as marcas Ceusa e
Portinari, registrou desempenho alinhado ao setor, com quedas durante abril e
maio e recuperação em junho, segundo dados da Anfacer. O aumento no volume
expedido de 192% em relação ao segundo trimestre de 2019 é explicado pela
incorporação do volume advindo da aquisição Cecrisa, computado a partir do
primeiro trimestre de 2020. Em relação ao trimestre anterior, a divisão
registrou volume 7,5% menor.
– Móbile
Talks fala em desafios com diretor da Lopas
No segundo trimestre, a Duratex finalizou o processo de captação da
dívida da LD Celulose. Por meio deste, foram emitidos US$ 1.147,0 milhões, com
prazo médio de 10 anos, junto às instituições BID Invest, IFC e Finnvera. Ainda
no trimestre, a Duratex realizou o aporte de R$ 211,0 milhões, concretizando
mais uma etapa do seu investimento da nova unidade. Consolidado por meio de
equivalência patrimonial, a Divisão apresentou resultado negativo de R$ 23,6
milhões.
Noticia: emobile.com.br