sexta-feira, 19 de maio de 2017

Uma longa história



AVANÇANDO PARA
O DESENVOLVIMENTO




O sucesso e a unanimidade sobre a beleza e a qualidade dos móveis made in Parauapebas, que quase ninguém conhece começou há dezenas de anos, quase vinte anos atrás. A luta constante de Sergel, seu atual presidente num mandato de quatro anos, nos fez “salvar” a cooperativa em diversificadas ocasiões. O maior evento foi a doação do terreno atual para a locação de todas as movelarias da cidade. Depois não conseguimos legalizar e nem estabelecer um controle mínimo sobre o desenvolvimento, haja visto excessiva individualidade dos quase oitenta empresários dali. A luta pelo CEPROF enfrenta a tremenda e burra burocracia municipal e estadual, enfrenta os impedimentos da VALE e tem em Darci seu principal apoiador pois foi ele quem escutou os pedidos, adquiriu, documentou e entregou aos cooperados aqueles terrenos hoje valiosos.

Não temos ali uma estrutura de cooperativa como a entendemos. Temos um poderosos embrião. Em 2013 fizemos o projeto do MÓVEL SUSTENTÁVEL e em dez anos estabelecer o DISTRITO MOVELEIRO DA AMAZÔNIA, aqui em Parauapebas, como pessoal treinado em designer de móveis, fornecimento público e venda para o exterior com o selo MADEIRA SUSTENTÁVEL DA AMAZÔNIA. O projeto foi apresentado a SEDEN e o termo de referência chegou a ser feito e apresentamos a proposta de executarmos, impedidos que fomos pela gestão perversa e mentirosa de Valmir da Integral. 

O POLO MOVELEIRO tem planos e tem liderança. TEM qualidade, beleza, e um design próprio que pode ser melhorado. Precisa da atenção das forças econômicas da região e do apoio sem ingerência dos poderosos. É algo que se está construindo há quase trinta anos, não é novidade. O que se tem ali e se apresenta é trabalho continua, alegria, frustração, resistência. Estamos com os moveleiros deste o começo. Em breve será lançada a revista MOVELEIROS, onde se vai retratar essa luta. Precisamos da madeira resultante da supressão vegetal da mineração e precisamos de apoio dos órgãos regulares e da PMP. Precisamos dos bancos e de planejamento. Temos ideias e projetos, estamos em movimento.







 A MINERAÇÃO em ambiente de selva e a céu aberto gera milhares de Subprodutos.  Sendo obrigado a fazer a supressão vegetal nas áreas alvo, maquinas e centenas de homens dão cabo a milhares de arvores, bichos, pássaros. Em pouco tempo, milhares de hectares estão devastados, prontos para as máquinas da mineração iniciarem seus trabalhos. É algo terrível, avassalador.

A selva cede lugar a buracos medonhos, a devastação ambiental maior que o lançamento de todas as bombas da segunda guerra mundial. E isto feito por empresas certificadas, com experiência e vivencia em milhares de devastações programadas neste nosso imenso Brasil

Em Carajás e S11D não poderia ser diferente e jamais seria. Minas com infindável potencial mineral comprovado, mas sob o solo de matas e florestas virgens, antes primeiro alguém tem que limpar a área. As empresas de supressão entram, com seus equipamentos e homens e promovem a primeira grande destruição.

Depois vem os mineiros, instalam seus equipamento, perfuram o solo e retiram de lá milhões de dólares em ferro, ouro, cobre e tantos outros mais minerais fartos aqui no nosso pais.

O que estava à superfície, não serve. São devastados e amontados num canto. Vamos ver o que valem? Em relação ao ferro, ao outro e aos outros materiais, valem muito pouco, quase nada.

Para a VALE.
E para a indústria da madeira, o que valem? Tudo.  Essa madeira descartada pode ser a diferença entre a vida e a morte da indústria moveleira no sudeste do Pará e quiçá, no mundo inteiro. Mas como não é o foco da mineração e nem produto mineral ela fica ali, apodrecendo. São milhares, talvez milhões de dólares desperdiçados, ali jogados dolorosamente. Não bastou a sangria da floresta, a sangria do seu solo. Agora descartadas, as árvores que geravam vida agora podendo gerar riquezas e mais vidas estão ali a apodrecer. Talvez estejam ali a espera de virarem pó, cortadas por monstruosos equipamentos construídos para esse fim.





 Chega a soar incompreensível. O pior na nossa região é que, dada os controles ambientais e a fiscalização, o comercio da madeira praticamente se extinguiu. 

Com cerca de oitenta empresários, o Polo Moveleiro de Parauapebas está largado quase que as moscas, cada dia mais utilizando placas artificiais para sua movelaria. E estamos perdendo oportunidades. Existente há mais de vinte anos a cooperativa não consegue deslanchar justamente pela escassez da madeira. Madeira que hoje apodrece nos pátios da mineradora.

Foram pedidos licença ambientais da cooperativa. Foi solicitado o CEPROF e tudo está em andamento. Na sequência ao obter a madeira, a cooperativa planeja certifica a origem e ostentar o selo de Madeira sustentável. Ganhar mercado nacional e internacional. Se tornar fornecedor local da prefeitura de Parauapebas e fornecedor regional.

Estamos nesta luta, reuniões foram realizadas no âmbito da prefeitura, Vale e presidente da cooperativa. Aguardamos, nosso futuro em parte, depende dessa liberação. É uma salvaguarda a floresta destruída.
Texto extraído da revista MOVELEIROS, PGS 3 E 4, em edição





sexta-feira, 5 de maio de 2017

História do polo moveleiro de Belo Horizonte




19 Set 2012 1 Comentário



O nascimento do polo moveleiro de Belo Horizonte;
Uma história de coragem e prosperidade.

Em meio a trezentos e cinquenta mil habitantes, no idos de 1950, lá, naquele tempo, quando a jovem Belo Horizonte ainda prometia ser uma das maiores cidades do Brasil, nascia o polo moveleiro da Silviano Brandão. Época de oportunidades, época de esperança, época de dificuldades.

Foi no início da década de 1950 que surgiu a primeira loja de móveis da Avenida, com o nome de Fabrica de Móveis Ianni, fundada pelo pioneiro Sr. Walter Ianni, um comerciante, que de engraxate, passou por luthier e tornou-se um grande empresário.

A família de Walter Ianni chegou da Itália no início do século e instalou-se onde hoje se encontra a Rua Macedo com Silviano Brandão, naquela época conhecida como Córrego da Mata. De origem humilde, Ianni, filho mais velho dos seus sete irmãos, seguiu os passos de seu pai Humberto Ianni na profissão de marceneiro, tendo crescido dentro da fábrica de móveis.

Foi nessa época, ainda quando criança, que nos intervalos do barulho das serras e do ruído das lixadeiras, descobriu o som do violino. Um vizinho que tocava o instrumento também tocou a sensível alma do aprendiz de marceneiro. Decidiu investir todos seus esforços de engraxate no sentido de ajuntar dinheiro suficiente para adquirir o instrumento e tornar-se um um músico. Como não poderia ser diferente para aquela intrépida alma, conseguiu todo o dinheiro de que precisava para a grande aquisição de sua vida. Todavia, interveio seu pai ao saber, impedindo-lhe de realizar seu sonho, sob a justificativa de que não se tratava de prioridade a aquisição de um violino para uma família pobre, que passava por dificuldades.

É diante das dificuldades que surge a oportunidade de se superar. Já que não podia comprar seu instrumento, iria ele mesmo fabricar o seu! Ajuntou os retalhos de madeira e como quem nasce para enfrentar barreiras e transformar as coisas do mundo surgiu seu primeiro violino. Mesmo que não tivesse um som cristalino e afinação precisa, ali estava realizado seu grande sonho. O primeiro passo de muitos havia sido dado.

Com o passar do tempo, Ianni, a fim de aprimorar seu estudos da fabricação perfeita do instrumento matriculou-se no SENAI, tendo ali se formado marceneiro. Nesse momento seu trabalho tomava corpo e seus instrumentos estavam cada vez mais requintados e com uma sonoridade vibrante e pura. 

Nesse ínterim conheceu sua futura esposa, Giselda. Ela, proveniente do Rio de Janeiro e encantada com a beleza do seu trabalho, levou-o à sua cidade natal, onde as oportunidades multiplicavam-se. Nessa ocasião, o luthier de Minas, teve oportunidade de expor sua obra e receber elogios de diversos críticos e musicistas. Chegando mesmo a ter seus instrumentos comparados ao do renomado luthier italiano Antonius Stradivarius de Cremona.

Uma comissão foi designada para apurar e conferir seu trabalho. E, após acurada pesquisa, foi-lhe concedido por essa conquista de tenacidade na busca de um ideal uma medalha de honra ao mérito.

Entretanto, como a vida não é feita de fantasias e ilusões, e por mais maravilhosa que fosse a atividade de luthier e por mais requintado que fosse o seu trabalho artístico, não se demostrou suficiente para dar o conforto que imaginara para sua família que crescia.

Naquela época, Walter resolveu tomar frente na fábrica em que seu pai trabalhava. 

Concentrou todos seus esforços na produção industrial, e revendia para comerciantes em diversas lojas espalhadas pela cidade. Mas o tempo foi passando e estava cada vez mais insatisfeito com as condições impostas pelos revendedores comerciantes com os quais negociava. Decidiu, novamente, mudar o rumo da história e para tanto, mandou que fizesse uma faixa, afixou-a na porta de sua fabriqueta, nela continha os seguintes dizeres: “Quem fabrica, vende mais barato”. Por que não podia ele mesmo vender o que fabricava?

Surgiu, aí, a primeira loja de móveis da Avenida Silviano Brandão.

Novamente, como quem não nasceu para ver as coisas da plateia, Walter, sob admiração de seus empregados e amigos, prosperou com sua empresa, a Fábrica de Móveis Ianni que se transformou numa das mais importantes lojas do setor mobiliário nas década de sessenta, setenta e oitenta, e atraiu diversos outros vendedores de móveis para a Avenida. Semente do polo moveleiro que hoje se vislumbra e consolida-se.

Assim, mesmo após sua prematura morte aos 51 anos de idade em 1981, com a semente de ímpeto lançada por Ianni, e por sua corajosa ousadia naquela jovem Belo Horizonte, surge hoje, de forma definitiva, ao lado da luta dos idealizadores desse movimento encabeçado pela empresária Eliana Reis, o mais importante polo moveleiro do Brasil, gerador de histórias e riquezas, impostos e investimentos, empregos e segurança, mas, principalmente, gerador de muita prosperidade.

Belo Horizonte, 01 de agosto de 2012


Walter Ianni Netto
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